Segurança: mais pessoas dependem de você

A partir do momento em que conquistamos um grau razoável de equilíbrio em nossas finanças, que nos permita desfrutar de uma prazerosa sensação de segurança, estabilidade e bem-estar, nossa reação natural é nos preocuparmos com a continuidade desse estado. Esse sentimento se fortalece nos casos em que mais pessoas dependem de nossa renda. Por esse motivo, muitas famílias começam a poupar e a planejar o futuro a partir do momento em que seus provedores entram em uma espécie de “voo de cruzeiro” em suas carreiras e em sua renda.¹

O que parece ser uma altitude sensata e coerente com os princípios básicos das finanças pessoais pode, porém, negligenciar uma escolha mais relevante, que deve ser feita antes de se procurar garantir a preservação do futuro: a necessidade de assegurar a preservação de nossa condição presente.
A construção de um futuro abastado depende de sobras no orçamento. As sobras no orçamento dependem de disciplina no uso de sua renda. A renda, porém, depende de estabilidade em vários fatores: em seu emprego, em sua saúde, em sua condição emocional e em seu patrimônio, entre outros fatores. Ao contrário da disciplina necessária para garantir sobras no orçamento, nem todos os fatores citados podem ter a estabilidade garantida por sua vontade própria. É preciso contar com meios de assegurar algum graus de estabilidade a sua família caso algum imprevisto aconteça.
Um dos meios de garantir a estabilidade desejada é pela contratação de seguros. Porém esta não é a única maneira de nos protegermos; por esse motivo, realizamos as importantes reflexões sobre sua segurança.

Compreenda a dimensão de seu risco

Se o padrão de vida de sua família depende de uma renda que, por motivos diversos, pode vir a faltar, entende-se que esse padrão de vida é ilusório. Se for esse seu caso e se a família não adota nenhuma providência para preservação de renda, no mínimo vocês devem contar com um plano para redução rápida do padrão de vida em caso de necessidade. Esse plano, certamente, não faz parte das escolhas da quase totalidade das famílias, o que expõe as pessoas que dependem de você a um risco muitas vezes ignorado.

Algumas questões, listadas a seguir, podem ajudá-lo a entender quão expostos estão seus dependentes:

Como você avalia sua situação de trabalho?

Você tem múltiplas fontes de renda?

Se você ou outro provedor da família for impedido de trabalhar por vários meses, qual será o impacto no consumo familiar?

Se você ou outro provedor da família for impedido de trabalhar definitivamente, o que mudará na vida da família?

Se seu carro for roubado ou se sua residência for consumida por um incêndio, em quanto tempo você retomará as condições normais de transporte e moradia?

Se você sofresse hoje um processo judicial que lhe impusesse pesada indenização, até quanto poderia pagar sem afetar significativamente seus dependentes?

As perguntas apresentadas não excluem todas as possibilidades de risco. Listei apenas os fatores mais comuns, dentre os que arruínam até os mais esmerados planos. É difícil mensurar nosso risco pessoal ou familiar total, mas, com as perguntas anteriores, esperamos tê-lo feito refletir sobre a possível grandiosidade das consequências de um infortúnio negligenciado. Perceba que, se tivéssemos que nos garantir contra todas as adversidades que podem pesar sobre nossa renda e nosso orçamento, teríamos que passar a vida constituindo reservas financeiras milionárias. Diversos fatores podem facilmente desestabilizar nossas finanças que, se estiverem equilibradas, terá sido a muito custo.

¹ Voo de cruzeiro é a expressão usada na aviação para descrever a situação em que uma aeronave se encontra em velocidade e altitudes constantes, indicando estabilidade.

Fonte: Livro: COMO ORGANIZAR SUA VIDA FINANCEIRA / autor: Gustavo Cerbasi / editora: Sextante

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